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Golpe do Instagram: perfil hackeado ou invadido

Após a invasão do perfil de Instagram ou Facebook, é comum que o invasor inicie a prática de golpes, utilizando a reputação da conta invadida para enganar seus seguidores, com o anúncio de produtos ou serviços falsos. Depois da aprovação da modalidade de pagamentos instantâneos no Brasil (Pix), os invasores passaram a prometer o retorno imediato de fundos, seguindo determinadas “tabelas de Pix”, que são postadas nos Stories de perfis hackeados, prometendo rápidos lucros (Golpe do Instagram).

Golpe do Instagram

Narrativa do Golpe do Instagram

Muitas vezes o estelionatário apresenta uma justificativa vaga para o rápido retorno, mas as vítimas acabam caindo no golpe e depositando valores, por precisarem do dinheiro prometido e acreditarem na reputação dos administradores da conta hackeada.

Uma vez feita a transferência Pix, o estelionatário tenta conseguir mais dinheiro, alegando que o valor pretendido “acabou” e que seria necessário transferir o próximo valor da tabela para obter lucros ainda maiores.

O que fazer se for vítima do chamado “Golpe do Instagram”?

Primeiramente, deve-se entrar em contato com seu Banco e com o Banco destinatário do Pix, informando o ocorrido e solicitando o bloqueio do valor. O ideal é registrar um Boletim de Ocorrência online enquanto aguarda retorno dos Bancos. Porque as instituições financeiras podem solicitar o envio do Boletim de Ocorrência. E, mesmo que não tenham solicitado, o ideal é enviar o B.O aos Bancos assim que registrado.

É importantíssimo fazer o contato tanto com o Banco de origem do Pix (seu banco), como com o Banco destinatário do Pix. Sobretudo porque muitas vezes a comunicação entre os bancos é mais rápida que a comunicação entre o Banco e o Consumidor.

Ou seja, apesar do dinheiro não estar mais na sua conta, o Banco de origem pode solicitar o bloqueio do saldo da conta destinatária. Isso se dá através de sistemas de comunicação entre os Bancos, resultando no estorno parcial ou integral do Pix.

O que fazer se os Bancos negarem o estorno do Pix?

Se houver a negativa no estorno do valor, mesmo após o envio de Boletim de Ocorrência aos Bancos, será necessário procurar um advogado para tratar judicialmente da questão.

Isto porque, a depender do caso, a vítima terá direito ao estorno integral do valor, bem como uma indenização por danos morais. Em razão da permissão do Banco destinatário do Pix à abertura e movimentação da conta por um estelionatário, assumindo o risco da atividade.

Nesse exato sentido, entendimento do Egrégio Tribunal de Justiça de São Paulo, proferido em 29/09/2022.

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANO MATERIAL E MORAL – Sentença de parcial procedência – Recurso do réu e Recurso adesivo do autor. RECURSO DO RÉU – Dano decorrente de negócio jurídico fraudado, consistente em transferência bancária via PIX – Golpe perpetrado por terceiro – Banco réu não demonstrou a regularidade da abertura da conta corrente utilizada pelo fraudador para aplicação do golpe – Assunção de risco do prestador de serviço bancário para utilização da plataforma Pix – Falha na prestação dos serviços evidenciada – Responsabilidade objetiva da instituição financeira – Fortuito interno – Súmula nº 479 do STJ – Dever de indenizar pelos danos materiais – Precedentes – Recurso não provido. RECURSO ADESIVO DO AUTOR – Falha na prestação de serviço – Dano moral caracterizado – “Quantum” indenizatório arbitrado em R$ 8.000,00, que se mostra adequado para cumprir com sua função penalizante, sem incidir no enriquecimento sem causa do autor – Observância dos princípios da razoabilidade e proporcionalidade – Precedentes – Recurso provido. (TJSP; AC n.º 1001052-04.2020.8.26.0102; Rel. (a): Achile Alesina; Órgão Julgador: 15ª Câmara de Direito Privado; J.: 29/09/2022)

Conclusão

Portanto, ainda que o estelionatário não seja identificado, a vítima pode sim obter o estorno dos valores perdidos perante o Banco destinatário do Pix.

DR. BRUNO PETILLO DE CASTRO BOSCATTI

OAB/SP 472.046

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